Internar um ente querido que sofre com o alcoolismo ou a dependência de drogas é uma decisão difícil, mas em muitos casos necessária para preservar a vida e restaurar a saúde física e emocional.
O processo deve ser conduzido com base legal, ética e, acima de tudo, respeito à dignidade humana. Este guia apresenta o passo a passo para a internação, seja ela voluntária, involuntária ou compulsória.
1. Avaliação Inicial do Quadro Clínico
Antes de qualquer medida, é fundamental buscar uma avaliação médica ou psicológica. Somente um profissional habilitado pode identificar a gravidade da dependência e indicar o tipo de internação mais adequado.
2. Entendimento dos Tipos de Internação
- Voluntária: Quando o próprio paciente consente com o tratamento e assina a documentação de internação.
- Involuntária: Solicitada por familiares, sem o consentimento do paciente, desde que exista laudo médico que comprove a necessidade.
- Compulsória: Determinada por ordem judicial, geralmente após parecer do Ministério Público e laudo médico que ateste o risco à saúde pública ou individual.
3. Solicitação de Laudo Médico
Para internações involuntárias ou compulsórias, é imprescindível a apresentação de um laudo médico emitido por profissional legalmente habilitado. O documento deve descrever os riscos e justificar a urgência da internação.
4. Escolha da Unidade de Tratamento
É importante selecionar uma instituição de tratamento que esteja regularizada, com equipe multidisciplinar e estrutura adequada ao quadro clínico do paciente. O local deve prezar por um atendimento humanizado e pela segurança física e psicológica da pessoa internada.
5. Comunicação às Autoridades (quando necessário)
No caso de internação involuntária, a instituição responsável deve comunicar o Ministério Público no prazo máximo de 72 horas após o início da internação, conforme determina a legislação vigente.
6. Acompanhamento Familiar
O apoio da família é essencial durante todas as etapas. A presença afetiva, a escuta ativa e a participação em atividades terapêuticas fortalecem o vínculo e contribuem para a recuperação do paciente.
7. Plano de Alta e Pós-Tratamento
A internação não é o fim do tratamento, mas o início de um processo contínuo. Após a alta, é recomendável manter o acompanhamento ambulatorial e psicológico, além de promover a reinserção social com responsabilidade e suporte.
Aspectos Legais Importantes
O processo de internação deve sempre obedecer à Lei nº 10.216/2001, que garante os direitos das pessoas com transtornos mentais e dependência química. Toda internação deve priorizar o tratamento em ambiente terapêutico, preservando a dignidade, os direitos civis e o acesso à saúde.
Internar um alcoólatra ou usuário de drogas requer sensibilidade, informação e responsabilidade. Com o suporte correto, é possível oferecer uma nova chance de vida ao paciente, garantindo-lhe um tratamento ético, legal e humanizado.
